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Macapá, AP, Brazil
Letícia Gardênia é psicóloga pela universidade Católica de Petrópolis e educadora com formação em terapias expressivas (arteterapia) com abordagem Junguiana, pela Clinica POMAR- Rj. Experiência em projetos (Pirilampo, Arte para a vida e Instituto Yolanda Duarte) nas áreas social, artística e educacional. Atendimento clínico - grupos de arte terapia – grupos de estudo

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segunda-feira, 6 de junho de 2011

REVISTA MENTE E CÉREBRO - Edição 218 - Março 2011
http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/ai_que_gafe_.html




Ai que gafe!
A maioria das pessoas já pensou alguma vez: “teria sido melhor eu ter ficado calado”. mas quando o autocontrole falha, o melhor é não se aborrecer, pois quanto maior a tensão e o empenho para se comportar “bem”, mais aumenta o risco de dizer algo que cause constrangimentos
por Anna Gielas






É como se, de repente, as palavras saltassem à nossa frente e, quando nos damos conta, já dissemos aquilo de que, no segundo seguinte, nos arrependemos. É o lapso, o “fora”, a palavra que deveria ser evitada mas parece escapar – uma situação em geral constrangedora, da qual ninguém está livre. No palco, a gafe, uma instância da comédia burguesa, faz a plateia rir. Contudo, na vida cotidiana esse tipo de erro costuma ser muito constrangedor. Segundo o psicólogo social Daniel Wegner, da Universidade Harvard, em Cambridge, que estuda esses casos há mais de 20 anos, aqueles que têm tendência a depressão, ansiedade ou timidez (e costumam ficar constrangidos e desconfortáveis quando em grupo) são os que levam mais a sério esses lapsos – e mais sofrem som eles.

Sigmund Freud já havia descrito este fenômeno, que ele nomeou genville (que se refere a uma ação executada contra a própria vontade) em 1895 em um de seus estudos sobre histeria. O criador da psicanálise percebeu que grande parte de suas pacientes que tinham medo de fazer observações sem propósito ficavam particularmente incomodadas quando isso, even---tu-al-----------mente, ocorria. Entre as recatadas mulheres do início do século 20, um deslize era visto, principalmente por elas mesmas, como algo grave, que assumia sérias proporções em seu psiquismo. E, curiosamente, quanto mais tinham medo de cometer uma gafe, mais isso acontecia.

Em uma experiência clássica em psicologia, Wegner pediu aos participantes de um estudo para não pensarem em um urso branco durante cinco minutos – e falar sobre aquilo que eles quisessem. Caso eles pensassem assim mesmo no animal, deviam tocar um sininho cada vez que isso acontecesse. Os resultados mostraram que os voluntários tinham disparado as campainhas em média 6 vezes e alguns chegaram a tocar 15 vezes! Após os experimentos, todos admitiram que ficaram então muito frustrados (e surpresos) por perderem o controle de seus pensamentos.

Para o psicólogo, mesmo que às vezes lamentáveis, essas situações representam um efeito secundário e quase que inevitável de nosso controle mental: é o que se chama de metacognição (do grego meta: mais longe, além, e do latim cognitivo: conhecer). Dois mecanismos que geralmente agem em sinergia às vezes entram em descompasso: em condições normais, uma espécie de censor interno sinaliza o aparecimento de pensamentos inapropriados (porque eles são inadequados ao contexto ou porque nós estamos ocupados com outra tarefa e naquele momento é melhor deixá-los de lado). Assim que o censor emite um alarme, um segundo processo é disparado – o suprimento do pensamento indesejável. Segundo essa teoria, o controle mental evita a revelação de pensamentos indesejáveis, monitorando a atenção e fazendo com que tentemos de forma consciente nos concentrar em outra coisa.

Esse mecanismo costuma funcionar muito bem, mas quando estamos estressados ou quando devemos realizar duas tarefas complexas ao mesmo tempo, ele pode falhar. Esses “erros irônicos” se produzem assim que os conteúdos reprimidos fogem do nosso controle. Mesmo que o recalque e a repressão sejam estratégias eficazes, frequentemente usadas, podem causar os lapsos, pois exigem muita atenção e investimento de recursos cognitivos.

MAIS DIFÍCIL

Segundo D. Wegner, os erros irônicos não se produzem somente durante a comunicação verbal, mas também no controle do movimento. Ele demonstrou esse processo em um trabalho desenvolvido em conjunto com seus colegas Matthew Ansfield e Daniel Pillof. Participantes do estudo foram divididos em duas equipes: os integrantes do primeiro grupo deviam impor determinada direção a um objeto. Os movimentos para outra direção eram estritamente proibidos. Simultaneamente, os voluntários que faziam parte do segundo grupo deviam fazer o mesmo, porém com o acréscimo da tarefa de contar de forma decrescente de três em três a partir do número 1000 (997, 994, 991 e assim por diante). Os cientistas perceberam que esses últimos levavam o objeto para a direção proibida muito mais frequentemente que as pessoas do primeiro grupo, cujas fontes cognitivas não estavam sendo utilizadas para uma segunda tarefa.

Os erros irônicos seriam cometidos também no esporte, pois a preocupação com o controle dos conteúdos cognitivos parece fazer diminuir a performance, segundo constatou a psicóloga Sian Beilock, da Universidade do Estado de Michigan. Pesquisadores de um grupo coordenado por ela observaram 126 iniciantes no golfe que tentavam lançar a bola em buraco muito próximo. Alguns participantes eram proibidos de pensar no lance antes de executá-lo, outros podiam fazê-lo. Os resultados mostram que a performance dos sujeitos impedidos de imaginar a ação foi em geral pior. O prejuízo no desempenho não pôde ser compensado com a experiência seguinte, quando os jogadores tiveram a autorização de imaginar o lance com antecedência.

Para entender melhor como a censura mental fracassa, tomando por base a cognição, D. Wegner e seus colegas solicitaram a voluntários que falassem durante três minutos, sem restrições, sobre qualquer tema que lhes viesse à cabeça. Em seguida, os participantes deveriam se concentrar em pensamentos ligados ao sexo e depois, novamente, reprimi-los. Enquanto isso, os psicólogos monitoravam as batidas cardíacas, sudorese e variações de temperatura por meio de eletrodos fixados na ponta dos dedos, para avaliar o estado emotivo dos participantes. A atividade fisiológica aumentava muito quando eles deviam evitar pensar em sexo.

As pessoas mais emotivas parecem ser as que pior suportam cometer gafe. Este temor explica em parte por que os fóbicos sociais se isolam. Para estas pessoas, possíveis erros tornam-se uma ameaça constante. Aquele que busca se liberar de problemas emocionais recalcando pensamentos negativos entra frequentemente em um círculo vicioso: tenta lutar contra os pensamentos negativos, mas por meio de um mecanismo parecido com aquele do urso branco acaba por se concentrar naquilo que gostaria de expulsar.


Conflitos inconscientes
Entre os precursores das pesquisas sobre lapsos de linguagem estão o filólogo Rudolf Meringer e o psiquiatra Karl Meyer. Eles publicaram juntos, em 1895, Erros na fala e na leitura: um estudo psicológico, no qual destacam cerca de 8.800 erros verbais de escrita e leitura. O principal objetivo era elaborar classificações, mas os autores também tentaram determinar mecanismos psíquicos associados ao fenômeno, particularmente aos sons, pois levaram em conta a conotação psicológica dos fonemas.

Quem inegavelmente abordou o lapso com mais profundidade, porém, foi Sigmund Freud, no texto Psicopatologia da vida cotidiana, de 1901. Ele não poupou críticas à abordagem de Meringer e Mayer e propôs que essa manifestação seria a confissão involuntária de um conflito interior, escondido da consciência. Para Freud, é a dimensão involuntária que dá valor particular ao lapso: “No procedimento psicoterapêutico que utilizo para resolver e eliminar os sintomas neuróticos apresenta-se com frequência a tarefa de encontrar um conteúdo mental nos discursos e nas ideias aparentemente casuais do paciente. Esse conteúdo tenta ocultar-se, mas não consegue evitar trair-se inadvertidamente de diversas maneiras. É para isso que, frequentemente, servem os lapsos. Por exemplo, falando da tia, um paciente insiste em chamá-la de ‘minha mãe’ sem perceber seu erro, ou, ainda, uma senhora que fala do marido como se fosse o ‘irmão’. Para esses pacientes, tia e mãe, marido e irmão são, portanto, ‘identificados’, ligados por uma associação pela qual se evocam mutuamente”. (Da redação)



Conflitos inconscientes
Entre os precursores das pesquisas sobre lapsos de linguagem estão o filólogo Rudolf Meringer e o psiquiatra Karl Meyer. Eles publicaram juntos, em 1895, Erros na fala e na leitura: um estudo psicológico, no qual destacam cerca de 8.800 erros verbais de escrita e leitura. O principal objetivo era elaborar classificações, mas os autores também tentaram determinar mecanismos psíquicos associados ao fenômeno, particularmente aos sons, pois levaram em conta a conotação psicológica dos fonemas.

Quem inegavelmente abordou o lapso com mais profundidade, porém, foi Sigmund Freud, no texto Psicopatologia da vida cotidiana, de 1901. Ele não poupou críticas à abordagem de Meringer e Mayer e propôs que essa manifestação seria a confissão involuntária de um conflito interior, escondido da consciência. Para Freud, é a dimensão involuntária que dá valor particular ao lapso: “No procedimento psicoterapêutico que utilizo para resolver e eliminar os sintomas neuróticos apresenta-se com frequência a tarefa de encontrar um conteúdo mental nos discursos e nas ideias aparentemente casuais do paciente. Esse conteúdo tenta ocultar-se, mas não consegue evitar trair-se inadvertidamente de diversas maneiras. É para isso que, frequentemente, servem os lapsos. Por exemplo, falando da tia, um paciente insiste em chamá-la de ‘minha mãe’ sem perceber seu erro, ou, ainda, uma senhora que fala do marido como se fosse o ‘irmão’. Para esses pacientes, tia e mãe, marido e irmão são, portanto, ‘identificados’, ligados por uma associação pela qual se evocam mutuamente”. (Da redação)






EVITAR A EVITAÇÃO

Como se proteger de tal fenômeno? O psicólogo Steven Hayes, da Universidade de Nevada no Reno, faz uma recomendação simples: aprender a aceitar os pensamentos desagradáveis. Ele sugere também evitar a evitação, a esquiva, ou seja, evitar o evitar. Wegner propõe – nos casos mais graves, nos quais a pessoa se sente atormentada por pensamentos intrusivos – a análise diária das próprias preocupações, incluindo tudo aquilo que causa inquietação e se gostaria de reprimir. Ele salienta, porém, que esta orientação vale somente para aqueles que se sentem capazes de lidar com suas angústias. Este método não convém aos pacientes gravemente afetados, que devem buscar ajuda de um médico ou psicoterapeuta.

O pesquisador James Pennebaker, da Universidade do Texas em Austin, analisou numerosos estudos e com base neles concluiu que uma confrontação ativa com os pensamentos reprimidos costuma ter efeitos positivos na vida cotidiana e na saúde tanto física quanto psíquica. Ele assinala as vantagens para algumas pessoas de registrar por escrito seus tabus pessoais, aquilo que teme ou lhe causa vergonha. Segundo o especialista, tal exercício teria outra consequência, que requer mais pesquisa: reforçar o sistema imunológico, já que assim haveria menos estresse, e parte da energia psíquica despendida na repressão de certos conteúdos poderia ser empregada de maneira mais saudável.

Antes de fazer anotações sobre os temas que nos constrangem, no entanto, é preciso, primeiro, tomar consciência deles para depois analisar esses temas intrusivos. Wegner propõe também encontrar distrações que não aumentem o estresse. Segundo ele, tudo que nos interessa e não cria uma sobrecarga emocional representa uma boa ocasião de se liberar do temor de cometer gafes. Para algumas pessoas, mais rígidas consigo mesmas, pode ser muito tranquilizador tomar consciência de que esse tipo de incidente é simplesmente normal. E se parece difícil conscientizar-se disso sozinho, talvez seja hora de buscar ajuda de um psicólogo. Afinal, se aquilo que seria apenas motivo de um leve mal-estar e uma boa gargalhada após algum tempo se torna razão para se atormentar, parece hora de empenhar-se para tornar a vida um pouco mais leve.


Anna Gielas é psicóloga, coordenadora de pesquisas na área de psicologia política na Universidade Harvard, em Cambridge, Massachusetts

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Criatividade e Inteligência

Como desenvolver minha criatividade?
A criatividade envolve a transformação de nossos talentos, conhecimentos e visão em uma nova realidade externa original e valiosa. É a habilidade de combinar elementos existentes, conceitos, técnicas, objetos e materiais, para gerar novas idéias e soluções para os desafios e problemas de nosso dia-a-dia. Por exemplo, Gutenberg combinou a prensa de uvas e os moldes de cunhar moedas para produzir sua impressora. Do esmagamento de uvas ele isolou e extraiu o conceito “prensa”; da cunhagem de moedas extraiu o conceito “gravação”; combinou-os e os transferiu para a impressão de livros.
Esta habilidade pode ser desenvolvida. Para tanto, devemos estar cientes de que ela resulta da combinação de vários fatores internos e externos ao indivíduo:
1. As características individuais como: Personalidade – a disposição para correr riscos; Temperamento – a capacidade de enfrentar críticas e incompreensão e persistir em seus planos; Motivação – o firme desejo de fazer algo diferente, ignorar a multidão e explorar novos caminhos, profundamente e sem restrições; Habilidades Mentais – os talentos e as inclinações naturais que definem nossas habilidades de produzir valor.
2. Harmonia entre seu trabalho e suas habilidades intelectuais: acerto na escolha de um campo de atividades que lhe ofereça a oportunidade de exercer plenamente seus talentos e inclinações.
3. Competência profissional: o domínio dos conhecimentos necessários ao pleno exercício de suas atividades. Contudo, não se deve ignorar que muitas soluções criativas são resultantes da combinação de conceitos e conhecimentos de diferentes campos de atividades. Escapar dos estreitos limites de sua especialização pode ampliar significativamente sua capacidade criativa.
4. Ambiente de trabalho que estimula a procura de novas idéias, valoriza as contribuições para criação de novos processos e produtos e combate todas as formas de bloqueios à criatividade.
5. O conhecimento do processo criativo: como funciona e quais as suas etapas, que obstáculos podem bloquear nossa mente e que técnicas podemos usar para superá-los.
Habilidades mentais – O conceito de múltiplas inteligências
Creio que a condição mais importante para o desenvolvimento de nossa capacidade criativa seja a compatibilidade entre nossas habilidades mentais e nossas atividades. Só podemos nos tornar criativos quando há harmonia entre nosso trabalho, nossos talentos e nossas competências pessoais.
A verdadeira criatividade é impossível sem alguma medida de paixão. O melhor modo de ajudar as pessoas a maximizar seu potencial criativo é permitir que elas façam algo que amam.
Teresa M. Amabile: Creativity in Context
As habilidades mentais resultam do nosso perfil de inteligência e expressam a capacidade de raciocinar, compreender idéias, resolver problemas e aprender. A visão tradicional de inteligência tem sido fortemente desafiada nos últimos anos, especialmente pela Teoria de Múltiplas Inteligências de Howard Gardner. Segundo Gardner, ao invés de haver um único tipo de inteligência, as pessoas são vistas como possuidoras de um conjunto de tipos de inteligências relativamente independentes. Esta teoria explica as diferenças de habilidades entre as pessoas para lidar com assuntos distintos como matemática, música, comunicação verbal ou escrita. Em seus estudos, Gardner identificou nove tipos de inteligências:
Lógica: Habilidade de pensar logicamente, reconhecer padrões e trabalhar conceitos abstratos. Mais associada ao pensamento científico e matemático. Aqui se encontram os engenheiros, matemáticos e cientistas.
Musical: Capacidade de distinguir sons e de criar, interpretar e apreciar música. São as habilidades apresentadas por compositores, músicos e dançarinos.
Naturalista: Apresentada por aqueles que são talentosos em observar, entender e organizar categorias, especialmente as encontradas na natureza. Inclui naturalistas, botânicos e bibliotecários.
Intrapessoal: Encontrada em pessoas introspectivas e intuitivas. Capacidade de autoconhecimento e de interpretar seus sentimentos, medos e motivações. Exemplos: escritores, psicoterapeutas e conselheiros.
Existencial: Pessoas voltadas para questões fundamentais da existência: Qual o meu papel na família, no trabalho ou na comunidade? Hábeis em relacionar detalhes com o todo, como os filósofos e teólogos.

Espacial: Habilidade de visualizar objetos e dimensões espaciais e de criar imagens internamente. Abrange a sensibilidade a cores, linhas, formas, espaço e as relações que existem entre estes elementos. Compreende também a capacidade de se orientar em grandes espaços como metrópoles, florestas, mares e desertos. Neste grupo estão os escultores, arquitetos, urbanistas e navegantes.
Lingüística: Habilidade para usar palavras e a linguagem verbal e escrita. Habilidade para falar diversos idiomas. Linguagem como meio de guardar e lembrar informações. Aqui estão incluidos escritores, jornalistas, poetas e oradores.
Interpessoal: Habilidade para entender as intenções, desejos e motivações dos outros. Habilidades de comunicação, relacionamento e persuasão. Políticos, religiosos, professores e vendedores.
Cinestésica: O conhecimento do corpo e a habilidade de controlar seus movimentos. Potencial de usar o corpo para dança e esportes, como dançarinos, mímicos e desportistas.
Estas inteligências não são mutuamente excludentes, agem combinadas e se reforçam mutuamente. Cada pessoa apresenta uma combinação única de inteligências em tipos e graus. Esta combinação define as habilidades criativas do indivíduo, isto é, a sua capacidade de lidar com problemas e oportunidades. Algumas pessoas são compositores criativos, mas podem ser um fracasso como atletas ou ter dificuldades para se relacionar com outras pessoas. Há tantas formas de criatividade quantas são as possíveis combinações dos nove tipos de inteligência.
Criatividade e inteligência
A teoria de Gardner traz uma visão nova e esclarecedora sobre a relação entre criatividade e inteligência e como podemos aprimorar nossas habilidades criativas. Podemos considerar que a criatividade resulta não somente do nosso nível de inteligência, mas também do nosso perfil de inteligência e da escolha de um campo de atividade compatível com este perfil. A criatividade floresce quando há paixão pelo trabalho, e somente há paixão quando temos a oportunidade de seguir nossa vocação e aplicar nossos talentos.

Nomofobia

Nomofobia, o medo de ficar sem celular
Bruno Motta



As novas tecnologias tornaram a comunicação entre indivíduos tão fácil quanto o aperto de um ou dois botões. A facilidade de entrar em contato com outras pessoas e, ao mesmo tempo, de estar ao alcance delas traz inúmeras consequências, tanto positivas quanto negativas. Uma delas é a nomofobia, caracterizada pela angústia que um determinado indivíduo sente de estar impossibilitado de se comunicar através do telefone celular. A psicóloga Anna Lúcia Spear King, pesquisadora do Instituto de Psiquiatria (Ipub-UFRJ), determina quando esse receio passa de normal a preocupante. “Se a pessoa está longe de casa e volta somente para buscar o celular, ou se fica nervosa, com palpitações quando está sem o aparelho, há indícios de um transtorno de ansiedade que precisa ser observado”, afirma.

A especialista lembra que esta fobia não é exclusiva para dependentes do uso de celular. “Quando surge uma nova tecnologia, ela afeta o comportamento das pessoas. Aquele aparelho provoca uma mudança e temos que nos adaptar”, alerta Anna Lúcia. O nome deste transtorno vem da abreviação de termos em inglês “No-mobile” (sem celular), mas está associado também ao medo de ficar sem notebooks ou outros aparelhos portáteis de comunicação. O receio de ficar incomunicável é explicado pelos pacientes. “A principal alegação dos pacientes que sofrem deste mal é que eles podem passar mal na rua e, sem contato, ficariam sem socorro”, diz a especialista.

O tratamento da nomofobia é realizado através de sessões de terapia cognitiva comportamental. “Induzimos gradualmente sintomas que provocam pânico nos pacientes, demonstrando que são inofensivos”, explica Anna Lúcia, que complementa: “Assim, o paciente percebe que as situações que passa são normais e perde o medo”, conclui a psicóloga.

Serviço

O Instituto de Psiquiatria da UFRJ atende pacientes que sofrem desta fobia em seu Laboratório de Pânico e Respiração. O endereço do Ipub é Avenida Venceslau Brás, 71, Botafogo. Mais informações pelo telefone (21) 2295-3499.
...Imagine que sua vida seja uma “floresta” e nela, existem trilhas que falam de você e em você, dos seus sonhos, do que pensa, de como age...
Permita-me que juntos possamos abrir novas trilhas de sua vida e me convide a adentrar num espaço onde residem suas experiências de vida, onde estão as pessoas que você ama, onde mesmo algumas falecidas ainda vivem, onde moram os seus fantasmas (medo, raiva, ódio, tristeza...), onde estão os seus segredos mais íntimos e as coisas familiares, mas desconhecidas, onde seus amigos têm suas moradas asseguradas, onde jorra uma inesgotável fonte de vida...

Seja bem-vindo a este lugar!
Entre, por favor!